Ausência Teórica

"deixem que a mim venham as teorias".

amedrontado, 

inquieto,

istmo entre isto e aquilo.

parece-me nada mais servir: tudo já foi dito, desdito, redito. esta vontade particular de reduzir tudo a mínimo, à filtragem natural do excesso, à certeza de dizer somente o que é essência. agora, sei de nada; sou um atormentado...e penso ser, este, aquele que se encheu de tormentas. assim construo, das idéias, verbos e, de verbos, intenções que vagueiam, mortas, num paraíso intacto do esquecimento.

Afastamento

é de lamento publicar aos meus invisíveis que me afastarei de meus propósitos artísticos por tempo indeterminado. preciso de realizações concretas; se me precisarem procurar, poderão encontrar-me num qualquer cotidiano.

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na falta do que escrever, não faça nada: nem diga.

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O amor a uma casa

hoje, aos dez exatos de uma manhã, deteve-se um homem à porta de uma casa: passou-lha os olhos em cada mínimo detalhe, adentrou-se-lhe os cômodos como se fosse sua e, sem dirigir-lha única palavra, beijou seus muros em reboco, num amor deveras tão insólito que, por frações de segundos, resgatei em mim um ser humano.